Vogelfrei

23/12/2012 Nenhum comentário

 Capítulo 2 Vogelfrei

As notas da suave melodia flutuavam pelo ar colidindo contra as paredes. Os dedos ágeis tocavam as teclas do teclado, já velho ao ponto de ter algumas partes coladas com fita adesiva. A magia da música tocada poderia ser sentida por qualquer ser vivo presente na pequena sala sendo eles quem quer que fosse, bactérias, plantas, micro-organismos.
A atmosfera criada pela música era única e especial, digna de contos infantis da Disney em que nesse momento haveria pequenos animais falantes dançando, juntamente com ninfas, duendes e alguma princesa encantada.
Mas, não havia animais falantes, ninfas ou uma princesa. Apenas, uma garota encolhida num banquinho de madeira, vestindo um moletom escuro de segunda mão e camiseta duas vezes o seu tamanho, entorpecida pelo poder da canção tocada. Os olhos fechados pelo foco e o rosto redondo escondido pelos cabelos castanhos cacheados. Seu corpo parecia dançar juntamente harmonia ecoada pelo instrumento decadente.
A música alta a assustou fazendo seus dedos pararem abruptamente causando a quebra da magia instantaneamente, como se tivesse jogado um balde de água fria no corpo da garota. Ela se levantou contra a vontade jogando o banco no chão ao se afastar do teclado. Ainda narcotizada pela mudança de realidade tão inesperadamente ela caminhou até o celular escandaloso que tocava Foster the People.

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Blitzkrieg capítulo 1

11/12/2012 Nenhum comentário


Capítulo 1 Blitzkreg  
(termo alemão para guerra-relâmpago) foi uma doutrina militar em nível operacional que consistia em utilizar forças móveis em ataques rápidos e de surpresa, com o intuito de evitar que as forças inimigas tivessem tempo de organizar a defesa. Seus três elementos essenciais eram a o efeito surpresa, a rapidez da manobra e a brutalidade do ataque, e seus objetivos principais eram: a desmoralização do inimigo e a desorganização de suas forças (paralisando seus centros de controle).


Num passado não tão distante
 -Os répteis possuem a urina pastosa..–O professor de biologia falava na frente da sala e foi no exato momento que Annie se fazia pergunta que todos os professores,sem exceção,odeiam ‘’Quando eu vou precisar disso na minha vida?’’. A resposta não veio e apesar de sua língua coçar para fazer perguntar ao senhor de meia idade, permaneceu em silêncio.
         Olhou ao seu redor, observando a sala de aula. Várias pessoas estavam dispersas, um garoto ao seu lado copiando o dever de matemática, Dougie Poynter dormia profundamente, a boca aberta fazia que a baba escorresse e encharcasse seu caderno, os cabelos loiros compridos tampando metade do seu rosto. Anne virou o rosto quando viu uma mosca posar justamente na boca do garoto. Continuando sua vistoria ela voltou seu olhar para uma garota que escrevia fervorosamente cada palavra que o senhor pronunciava, parecia que ela iria fazer um buraco no caderno de tanta força que ela fazia na lapiseira.
        Sorriu ao lembrar que há um tempo também era desesperada assim, viciada pelos estudos, paranoica com as notas e a ambição de sempre ser a melhor vivia a consumindo como a fome para um mendigo.
   Ficou olhando para a menina de longos cabelos ruivos e cacheados até que um vulto passou diante dos seus olhos.  Olhou para baixo e deparou-se com um aviãozinho de papel sobre seu caderno. 
Um sorriso ameaçou surgir em seu rosto, porém assim como todos os sorrisos que ameaçavam aparecer em seu rosto Annie fez uma careta em uma vã tentativa de espanta-lo.  Abriu o avião já esperando um bilhete dentro, a risada baixa escapou pelos seus lábios quando o leu:
 ‘Está pensando em voltar a ser uma psicopata do conhecimento? Se for me avise para te dar um sossega leão na veia para poder fugir para as colinas!’
 Escrevendo rapidamente a garota mandou o seguinte bilhete:
 ‘Se se eu voltasse a ser a psicopata do conhecimento não teria mais tempo para você Fletcher, não precisa fugir para lugar nenhum, seu cagão’’
   Refez o avião e jogou para trás, ao mandar olhou para o destinatário com um sorriso malvado. O garoto de cabelos loiros devolveu o olhar à altura, logo abaixando a cabeça para ler o bilhete. Mordendo o dedo e analisando a reação do amigo, Annabelle o viu arquear uma sobrancelha e torcer a boca.  Quando ele levantou o olhar ela pode ver que em seus olhos a raiva teatral queimando os olhos castanhos que foram desviados para baixo.
   Annabelle sabia que o garoto estava voltando toda a sua atenção na resposta malcriada que ele rabiscava na folha do aviãozinho desfeito.


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A carta

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(What's up, eu escrevi essa carta em novembro depois da prova do Enem, á mão.Eu estava me sentindo muito atormentada pelos meus sentimentos que eu lutei arduamente para domá-los. Mas, a única maneira que encontrei paz, naquela noite, foi escrevendo para um confidente meio distante de mim. E hoje me senti dentro do olho do furacão novamente, portanto esta aí; A carta)


                                 De certo mundo perdido, do universo paralelo, 04 de novembro de 2012
 Honey,
 Sei que há muito tempo eu não te escrevo, mas ao reler o trecho mais sonhador e doce do livro ‘Ana e Pedro- Cartas’’ que não resisti ao ímpeto de escrever mais uma carta que você não vai ler.

  Por mais idiota que isso pareça, tem sido difícil desde que desisti de você. Sem conselhos sábios, conversas que duram mais de doze horas, sobre peixes, dogmas e a vida. Engraçado que parece que desde que paramos de conversas tenho tido tantas conjecturas e ninguém para partilhá-las. A única pessoa que tinha paciência suficiente para me ouvir falar sobre as teorias da conspiração que minha mente cria era você.
Me sinto meio perdida desde..hm,você sabe, você era meu Batman sumido, meu cavalheiro das trevas,meu coisa, meu só meu. Isso soa extremamente infantil, egoísta e possessivo, mas era assim como eu me sentia. Era como se tivéssemos uma conexão extracorpórea e nós não precisaríamos vitalmente nos olhar ou nos tocar por que o que sentíamos era algo maior. Hoje nada disso permanece, e se permanece não é de meu conhecimento, ganho muitas vezes uma mensagem indiferente ou as vezes (na maioria alias) o vácuo da resposta de algo que eu disse e a imagem de repulsa em sua face me assombra como a história do corvo ou palhaços assassinos.
 Isso está confuso, né?! Eu não planejei nada disso, escrever essa carta domingo a noite depois de noventa questões e a redação do ENEM, não planejei conversar com o ex-melhor amigo da minha melhor amiga, nem mesmo me apegar a ele ao ponto de poder nomear como um vicio, ou mesmo esperar que ele me roubasse um beijo no cinema, e eu com toda certeza do mundo não planejei me apaixonar por ele. Acho que estou precisando planejar minha vida.

Li no meu Facebook a mensagem que você me mandou há um bom tempo; ‘Já trocamos mais cutuques do que palavras’. Odeio, e como odeio dizer que, atualmente, é a única coisa que trocamos e sinceramente eu não vou parar. Eu não quero parar. Por que aparentemente esse é o nosso único vinculo e por mais que eu nunca diga isso, e nunca direi, tenho medo que ao pararmos você sumirá completamente da minha vida, em passos rápidos numa rua de mão única. Tenho que confessar que a culpa é minha, eu não permiti que criasse raízes, não deixei que pudéssemos ter uma base sólida. Eu podei quando não era necessário, então não sei porque estou reclamando agora, afinal tinha consciência das consequências dos meus atos.

 Te chamo daquele apelido que você odeia, porque li em um livro quando eu estava na sexta série que chama ”Ana e Pedro- Cartas”, como já mencionei antes. A história é assim, uma amiga em comum fala do Pedro para Ana dá o endereço dele pra ela e ela manda uma carta para ele, e desse modo gerou um círculo vicioso, de escrever cartas,mandar cartas e receber cartas. Nem preciso dizer que eles se apaixonaram passaram a se gostar pelo o que eles escreviam, apesar das brigas, discussões, tristezas, problemas e a distância. Acontece que nós não trocávamos trocamos cartas e sim mensagens instantâneas. Mas, acho que nessa história você parece mais Ana e eu pareço mais Pedro. A Ana T. ela é pé no chão, desconfiada, curiosa, racional e acho que gosta de peixes. Já o Pedro/Pierre/Peter/Petrus é romântico, filósofo artista, ama escrever e ler. Creio que tentei deixar você mais Pedro e pode ter certeza que você me deixou mais Ana.

Acho que está na hora da despedida, bem longa. Não escrevi duas páginas, à mão, apenas para matar a saudade de você, eu tenho um interesse maior.Me despedir. No dia quatro de novembro a gente se conheceu e no dia quatro de novembro eu me despeço. Amei você loucamente, mesmo que isso pareça um absurdo  pra você, é verdade.Necessitei de você como um peixe precisa de água. Contudo, meu aquário não teve manutenção, a água envelheceu, ficou demasiadamente ácida que nem mesmo algas conseguiram sobreviver lá. Morri um pouco ao escrever esse testamento essa carta e morro mais um pouco ao escrever; adeus. Espero do fundo do meu imo que você encontre alguém tão perfeito pra você que por um segundo você acredite em magia e em Deus. Espero que mostre aos que duvidaram da sua capacidade de ser bem sucedido como biólogo que eles estavam tremendamente errados. Espero que você ame alguém assim como amei você.
                               Um abraço,
                                                   ..........

Acídia

03/10/2012 Nenhum comentário


    Sou um anjo sem asas. Um anjo que preso a terra pela força da gravidade, fadado a admirar o paraíso sem poder alcançá-lo. Acorrentada ao chão impuro que suja meus pés, antes limpos, sempre acariciados pelo ar. 
   Meu olhar sempre voltado aos céus, portal do paraíso escondido pelas nuvens e do conhecimento dos leigos, para nunca parar de sonhar, sem me abater, sem tirar em mente o meu objetivo. Mas, o barulho desse maldito planeta me atordoa me deixa surda impossibilitando ouvir a melodia das harpas. Desequilibra-me, fazendo que eu caía ao meus pés. Me cega dia após dia embaralhando a vista do paraíso. 

  Tentei lançar-me de prédios para voar, mas apenas consegui estatelar-me no frio e duro concreto. A cama elástica iludiu-me, ao proporcionar uma breve sensação de voo apenas para acorrentar-me ao chão novamente.  O avião me fez chegar ao céu apenas para uma leve visita ao meu lar sem poder cumprimentar nada nem ninguém. Nem mesmo tocar as nuvens fofas e brancas, sem poder saudar meu criador, já que estava dentro de uma capsula voadora.
 Continuei a andar com a cabeça voltada para o alto, para as alturas, sem me importar com mundo em que estava. Meu coração se contorcia, diminuía a cada segundo por nunca conseguir ir retornar para casa. A visão ainda turva, ainda surda, ainda desequilibrada. 
Senti algo chocar-se contra meu corpo então, pela primeira vez, olhei para frente.
  O sorriso carinhoso me deu boas-vindas, o olhar preocupado vez que eu sentisse algo estranho no meu estômago, à voz que fez que tudo voltasse a ser nítido.
-Oi, anjo – Ele disse, abrindo ainda mais o sorriso. Sorri de volta e olhei pela a selva de concreto a qual me encontrava; longos prédios impedindo uma visão nítida do horizonte, barulho de tudo quanto é lado, cor,muita cor. Não era tão assombroso quanto pensava.
-Está tudo bem?  -Sua voz carregada de preocupação fez que eu o olhasse.
-Sim – Minha voz rouca e desafinada arranhou meus ouvidos. Havia tanto tempo que não pronunciava uma palavra. Ele torceu a boca e arqueou uma sobrancelha. 
-Vamos para casa? Deixe para sonhar mais amanhã, querida. – Inspirei uma grande quantidade de ar e balancei a cabeça em concordância. -Você esqueceu que tinha que me encontrar aqui?
-Vamos para casa – Disse engolindo a sua segunda pergunta.
Seus braços passaram em volta dos meus ombros. Aconcheguei-me em seu peito, passando minha mão fria em sua cintura.Suspirei de alívio, já que amanhã eu poderei sonhar mais.
N. Blue
N/a Para a minha querida e doce Gaby. Meu chuculate, parabéns que a força esteja com você hoje sempre, assim como eu estarei por você.  

Acídia: Estado da alma decorrente a contemplação profunda de si mesmo e do mundo. Abandonada a reflexão profunda, a alma indaga sobre o sentido das coisas, do ser e da existência. Tal consciência é tão terrível que o ser humano tende, até inconscientemente, fugir dela.

Tornado of souls

05/09/2012 Nenhum comentário

Prólogo
Feeling claustrophobic
Like the walls are closing in
Blood stains on my hands and
I don't know where I've been
I'm in trouble for the things
I haven't got to yet
I'm sharpening the axe and my
Palms are getting wet, sweating bullets
Sweating Bullets Megadeth                                       
.


Agora
Perigo. A mente da garota gritava quando focou naqueles olhos em que a esclerótica avermelhada em contrate com o azul da íris tornava a o ser, a sua frente, assustador. A face antes era totalmente familiar, sempre acompanhada do sorriso com covinhas, que fazia todos os males do mundo desaparecer, agora tinha o queixo tensionado, os lábios avermelhados,anteriormente sempre curvados em um belo sorriso,estavam comprimidos em uma linha reta e seus olhos ferozes e insanos exalavam uma fúria que à arrepiou  da cabeça aos pés.
-Corra. –Ele ordenou, ela levou alguns segundos para processar tal ordem e obedecê-la. E quando o fez, seus pés tocando rapidamente o chão a impulsionando para fora daquele lugar horrível, ela percebeu que ele não tinha nenhuma intenção de deixá-la sair.

 N/a acho que essa história vai pra frente.. Hoje é o meu aniversário (YEEEEY) e  como um dia de ócio decidi postar o prólogo de uma fic que estou trabalhando, só porque eu queria postar alguma coisa no Palavras Selvagens today.
N.B.

Happy Halloween

10/08/2012 Nenhum comentário

Lá estava eu, andando pelos corredores escuros e fétidos da escola que tinha um certo ar de filme de terror dos anos oitenta. O garoto á minha frente andava rapidamente pelos corredores em plena noite de Halloween, provavelmente colocando mais uma de suas pegadinhas em ação. Afinal, qual seria a melhor noite do ano para pegar peças nas pessoas do que a noite do dia das bruxas?
 Ryan sempre olhava para trás para se assegurar que ninguém o seguia. Segurei minha vontade de rir ao vê-lo virar o pescoço para olhar o caminho que havia traçado pela milésima vez.Ele estava ficando paranoico com o fato de nunca ver se havia alguém por perto já que apesar de sentir alguém próximo o único barulho que ele conseguia ouvir era da música baixa da festa de dia das bruxas no ginásio proporcionado pelo colégio que estava do outro lado do prédio, e de sua respiração ofegante. O segui andando escondida pela escuridão que concentrava em parte do corredor mal iluminado.
 Cansada da brincadeirinha de esconde-esconde bati com mais força o salto da minha bota no chão para ele ouvir e confirmar que ele não estava só.
-Quem está ai? -Ele se virou e gritou. Eu ri, seu cabelo castanho escuro estava caindo em seus olhos eles se mostravam estava atentos a qualquer barulho. Parei observando sua reação.
-Você esta querendo me fazer de palhaço? Quer me ver assustado?Isso não tem graça!  -Gritou, e eu ri alto. Ele estava tão apavorado.
-Fazer de palhaço? Não.Mas quem sabe sobremesa? -Eu disse com minha voz soando rouca.
-Por que eu? -Gritou seu peito subia e descia rapidamente.
-Por que você não tem sido muito gentil com a maioria das garotas. Em meu critério de seleção o cavalheirismo tira várias pessoas da minha lista.- Dei um passo mostrando aonde estava,mas ainda abraçada pela escuridão da noite.
-Você  usa as mulheres depois joga fora como se fossem lixo de algum produto que você já consumiu, você acha isso engraçado? Bom, eu não acharia se fosse você.  Por mais que isso pareça uma ação feminista eu realmente prefiro proteger qualquer mulher que possa ter você na vida delas-Sai de onde que estava, andei até a claridade no meio do corredor revelando quem era.
 -Bom, querido, da próxima vez tenha mais cuidado com quem você mexe.-Sorri para ele. Ele me viu o espanto passou por sua face, mas logo ele abriu um sorriso aliviado.Ele colocou as mãos no joelho e respirou profundamente ainda rindo.
-Mandy? É só você? A pensei que alguém queria.... Sei la, que me machucar ou me matar.-Ele deu mais uma risada- Você sabe dos rumores de um animal que esta matando todo mundo e eu realmente não quero ser o próximo.-Ele parou me observando- Você esta linda á proposito. Se você está magoada pelo que eu fiz, eu realmente sinto muito -Ele sorriu mais uma vez.
Alarguei meu sorriso.Ele é tão tolo. Balancei a cabeça em negação.
-Não se preocupe com qualquer coisa que você tenha feito, o que está feito está feito, não tem como voltar atrás não é mesmo? -Arquei uma sobrancelha ao ver ele balançar a cabeça em afirmação. -Sobre o animal eu sei muito bem, até melhor que todos vocês. Mas, minha espécie ainda não foi catalogada cientificamente.-Sorri e deixei que meus caninos acentuados aparecessem.
-Você....-Ryan prendera a respiração. Fui até ele e a cada passo que dava ele recuava. Inclinei a cabeça e repousei minha mão no meu queixo em um gesto exagerado.
-Bom, eu adoraria conversar- ele continuou-mas eu tenho que..am..voltar pra festa eu estou coordenando e a professora McGuire odiaria que eu não fiscalizasse. Aproveite a noite, happy hallowen.-Ele disse e virou-se para continuar seu caminho
-Está com medo Ryan? Sério? Pensei que você era..hum.. como era mesmo? -Franzi o cenho, fingindo pensar- invencível, irresistível.. -Ri com escarnio lembrando das vezes que ele se exibia para os amigos.- Bom, você é e pode ter certeza dará uma ótima refeição. Então,espero que você não esteja com medo de mim, não é mesmo?
-E-Eu não estou com medo. -Disse ele dando um passo em falso e caindo em um baque surdo no chão de mármore.
-Bom, não é que parece. -Disse amigavelmente.Me ajoelhei ficando na sua altura. Os olhos do garoto estavam arregalados, seu batimento cardíaco que eu posso ouvir muito bem. Seu coração batia freneticamente. Estendi minha mão passando em sua a mão na sua bochecha e ele se encolheu com o meu toque. Desci a mão e arranhei seu pescoço deixando marcas vermelhas por toda sua extensão.
Suspirei.
-E até que você sabia ser legalzinho quando queria, mas não estou com paciência pra isso.Últimas palavras-  Sorri ao dizer a frase ícone de filmes de faroeste.
-Mandy, por favor, não faça isso- Ele começou a chorar- Eu prometo que..
-Blá,blá,blá -Rolei os olhos entediada. Era sempre a mesma coisa ''Não faça isso, por favor'' e ''Eu vou melhorar eu juro'' ,mas é apenas mais uma promessa vazia.
-Não, eu juro..
-  Tempo esgotado, querido. -Sussurrei colocando uma mão no todo da cabeça e outra na base do pescoço lentamente. Os olhos do adolescente me fitavam desesperados e suplicantes. Beijei seus lábios úmidos pelas lagrimas deixando sua boca trêmula com uma cor escarlate do meu batom. O arranhar em minha garganta,característico da minha sede por sangue, preencheu-me com força total.
  E com um rápido gesto quebrei o pescoço de Ryan.Observei seu corpo pensando em sentir algum remorso, mas não senti há séculos eu não sentia nada nem mesmo uma gotinha de culpa.
O corpo ainda quente do garoto parecia como uma obra de arte surrealista com alguma ideia por trás de toda as imagem distorcida.
 Balancei a cabeça e logo avancei sobre o seu pescoço sugando o liquido de que tanto apreciava e necessitava. Ao terminar levantei deixando o corpo do garoto inerte jogado no meio do corredor. Com as costas da minha mão limpei minha boca  ainda admirando seu corpo sem vida.
-.Happy Hallowen.- Dei meia volta e saí á procura da minha próxima vítima.

N. Blue
O texto ainda não está betado por isso deve ter alguns errinhos...

Raladinho no joelho

05/08/2012 Nenhum comentário

Nessa última semana me senti incomodada com um certo sentimento, era algo que incomodava, mas eu não sabia dizer o que. Parecia com aquela sensação de um machucado recente, como se fosse um raladinho no joelho em que toda vez que você anda você sente a pele repuxando e ardendo. Só que meu machucado não era físico, minha pele não repuxava nem mesmo ardia o que ardia mesmo era minha mente, meus pensamentos e o maldito sentimento que não me deixava em paz.
   Comecei a prestar atenção em quais momentos que aquela sensação aparecia, percebi que era quando eu tinha ideias ou filosofava e começava a escrever um texto em minha mente. As palavras eram redigidas, fotos mentais eram tiradas, a cada nova conclusão a cada nova ideia que surgia com o meu raciocínio, o sentimento aparecia.
  Era tiro e queda, um par de ação e reação instantâneo até que então minha mente se desviava por segundo do meu foco e todo aquele texto que eu havia redigido era perdido. E juntamente com aquele sentimento vinha o remorso e a raiva de ter perdido algo que por um instante eu achei que revolucionaria o mundo, o meu mundo.
 Até que ontem enquanto dava minha visita semanal á livraria achei a biografia de Caio Fernando de Abreu, escritor que até hoje não li nenhuma obra, mas li várias citações de textos interessantes, super criativos que tem  uma profundidade que conseguia tocar o fundo da minha alma apesar de ter lido seis ou sete linhas do seu trabalho. Enquanto eu lia o livro escrito por Paula Dip, que logo me apaixonei, ela relata que Caio necessitava da escrita, que nos seus piores e melhores momentos ele era varrido por um sentimento que o levava a jogar no papel o que sentia, suas criticas, medos, receios,frustrações e amores.
 Foi como se uma luz celestial me cegasse e eu ouvisse o coro de aleluia, era isso! Era a escrita! O meu raladinho no joelho psicológico era a minha necessidade de escrever que nunca era suprida já que eu nunca anotava minha ideias. Então, espero que esse blog cure, todo aquele sentimento de frustração pela perda de um texto escrito mentalmente.Que esse mundinho que estou criando seja um vômito da minha criatividade e o meu merthiolate que tira a dor e mata todas as bactérias que fazem questão de piorar o raladinho no joelho mental.

 Nana B.
07/06/2012 Nenhum comentário

-Já tentei de tudo. Já li, já estudei, já vi, até mesmo escrevi sobre aquilo, mas mesmo assim eu não consigo entender! -Ela bagunça o cabelo irritada e escondendo o rosto entre os joelhos. Ele apenas a olha com um vinco de preocupação.
-Entender o que?
-O que as pessoas chamam de amor. -Ela  diz com amargura tentando, pela última vez,entender tal sentimento intrigante. Seu amigo apenas joga a cabeça pra trás e ri. Ela levanta a cabeça rapidamente para ver se os seus olhos viam o que havia  seus ouvidos haviam capitado. Ele estava rindo. Rindo dela. A face da garota atinge uma cor avermelhada  e seus olhos tornam-se ameaçadores-Por que você está rindo?
-Você é muito boba....
-Boba é um adjetivo muito maduro.. -Ela o interrompeu. Ele, por sua vez, apenas suspirou.
-É simples. Você já leu, estudou, viu e escreveu  sobre o amor, mas nunca parou para sentir. - O garoto concluiu com  um olhar carinhoso, mas o olhar feroz vindo dela  o fez compreender que a garota não ia desistir tão cedo.
- E pra que sentir sendo que posso chegar uma conclusão racional? -Ela indagou  fazendo gestos bruscos com as mãos. Um sinal claro que ela estava ficando cada vez mais irritada. O garoto apenas segurou o riso novamente.
-Amar e ser amado é algo que apenas é compreendido quando se sente e você nunca parou para refletir sobre seus sentimentos. -Ela abriu a boca para retrucar, mas seu amigo apenas  colocou o dedo indicador sobre os lábios em sinal de que queria seu silêncio. Vendo que ela havia se calado ele continuou -É um sentimento irracional, você não tem qualquer controle sobre ele. Se você tentar entender racionalmente você nunca conseguirá chegar a lugar nenhum.
 Ele parou para ver se ela havia entendido e apenas encontrou o olhar perdido da amiga. Ele se aproximou dela abraçando-a pelos ombros.
-Sabe, você vai saber quando estiver apaixonada por alguém quando não conseguir mais se controlar, seu humor vai mudar constantemente, seu coração vai bater tão rápido que talvez você ache que ele está querendo sair do seu peito, suas mãos vão ficar suadas e um simples pensamento nessa pessoa vai fazer você sorrir, capiche? -  A garota balançou a cabeça em afirmação -Agora que você sabe alguns dos sintomas de estar amando alguém você, por favor, se levantar pra a gente comprar chocolate? Você 'tá precisando de endorfina!
  Ela riu e se levantou e estendeu as mãos para levanta-lo.
-Você sempre lê meus pensamentos..-Disse impressionada- Eu estou clamando por um chocolate! -Ela disse -Obrigada pela conversa, mas eu vou ficar mais grata se você pagar o meu chocolate. -Ele colocou a mão no queixo e falou:
-Só se você me der um abraço. - Sem pensar muito a menina esticou os braços ficando nas pontas dos pés e abraçou o garoto.
   Naquele minuto de silêncio sentiu o cheiro que ele exalava, algo parecido com chiclete de morango e amaciante de roupa. Ela sorriu ao lembrar da mania do amigo de nunca ficar sem chiclete desde pequeno e o quanto a mãe dele falava que ele ia ficar banguelo por isso. Ela reparou que seu coração estava batendo rápido como se estivesse correndo uma maratona. suas mãos estavam suadas mesmo ela não tendo feito nada para ficarem assim.
Ela o afastou e começou a andar rápido  ele deu três passos largos para alcança-la.
-Está tudo bem? -Perguntou ao vê-la com a sua feição confusa. Ela o olhou com o coração  ainda batendo rápido e sorriu, balançando a cabeça em afirmação.
  Ela sorriu não porque tudo estava bem, mas sim, por talvez, somente talvez, ela estivesse começando a entender o que tanto queria.


Nana Barbosa
 
Desenvolvido por Michelly Melo.