Batman a história fantástica através dos olhos infantis

27/01/2013 Nenhum comentário


       Quando lançou o último filme da trilogia Batman, The Dark Night Rises(2012),  eu tentei escrever uma resenha sobre o filme. Contudo, minha paixão por super heróis, em especial ao Batman fez com que eu escrevesse seis páginas à mão sobre o filme, mas preguiça de transcrevê-la para o blog tornou impossível a criação do post. Pois bem, nesse exato momento os créditos do Batman Begins aparecem na tela da minha televisão e eu fiquei surpresa mais uma vez pela evolução dos filmes. Então aqui estou eu escrevendo uma longa resenha tão esperada pelo meu âmago infantil.

   Desde pequena fui apaixonada por super heróis, vi sempre todos os episódios da Liga da Justiça, Vingadores, e dos heróis individuais. Mas apesar de ter o Super Homem e sua extrema força e capacidade de voar, a bela amazona da Mulher Maravilha e sua habilidade com a corda. E até mesmo o azarado do Peter Parker vestindo a roupa do Homem Aranha pulando pelos arranha-céus de Nova York, eu nunca gostei tanto de um super herói como o Batman.  
  Bruce Wayne fez mais parte da minha infância do que muitos dos meus membros familiares. E eu por alguns momentos vivi mais em Gotham City do que na cidade em que vivo.  E quando eu vi a tela se escurecer dizendo que a trilogia Batman se findara eu sai do cinema parecendo que eu havia me tornado novamente a garotinha magricela, que tinha costume de correr com a capa negra voando em suas costas.


   Batman, The Dark Night  Rises contou com a excepcional direção de Christopher Nolan,  as quais mãos hábeis foi entregue o relançamento da franquia em 2005, com Batman Begins.  Nolan foi capaz de dar um novo ar a franquia, mais obscuro, mais real, como se a possibilidade uma metrópole com Gotham City pudesse ser tangível, já que parece com uma obscura Nova York. E essa impressão fez com que eu me maravilhasse com o universo imaginário novamente.
 Desde Batman Begins (2005), percebi que haviam dado um ar mais humano, para Bruce Wayne (Christian Bale). Digo mais humano, porque a tendência dos diretores em adaptações cinematográficas de super heróis é que os personagens principais realizem peripécias impossíveis, e ainda saem sem nenhum arranhão . Já o cavalheiro das trevas tinha lesões terríveis perna deslocada, coluna fora do lugar, rompimento de ligamentos, contusões concussões, roxos e mais roxos pelo seu corpo(por falar nisso no último filme uma das cenas mais engraçadas é quando Wayne vai ao médico). Isso mostra as conseqüências de ser humano normal, apesar de ser extremamente rico, tentar proteger uma cidade com os vilões e os mocinhos contra ele. Entre na luta bem e o mal Batman nunca escolheu um lado.

  Em Dark Night Rises, houve uma colisão de fatos, que foram desencadeados desde o primeiro filme. Era como se fossem uma bomba relógio e nos dois primeiros filmes, como cada ação, cada diálogo, cada lugar tivesse desencadeado a explosão. Tudo recomeça oito anos após dos acontecimentos de Dark Knight no aniversário de morte de Harvey Dent(Arton Eckart) o qual acontece um memorial para a causa que ele defendia a qual o Comissário Gordon quase revela a verdadeira natureza de Dent. 
 Bruce Wayne se aposentou de sua atuação como vigilante de Gotham City, e um atentado ocorre em um avião que mostra a face no vilão mais premeditado, Bane (Tom Hardy). A aparição da mulher-gato (Anne Hathaway)  parece mover Bruce Wayne com o rouba das joia de sua mãe, assim como o atentado de Bane e seu passado, para que ele tire a poeira de seu traje e volte atuar como o Cavalheiro das Trevas com ajuda da tecnologia desenvolvida de Lucius Fox e financeira Miranda Tate para salvar a Wayne Enterprises(até ela apresentar sua verdadeira natureza). E assim se segue a trama, com diálogos que muitas das vezes pensei que poderiam ser melhorados. Contudo as cenas do Mordomo Alfred ( o fabuloso Michael Caine)  são extraordinárias pesando a favor. A atuação de Caine é impecável e comoveu todo o cinema com o seu pranto, a primeiro momento ao dizer " Não vou enterrar vocêJá enterrei membros demais da família Wayne." .

















   A trilha sonora de Hans Zimmer fora fenomenal. Cada segundo foi embalado por uma melodia inesquecível.  Nada se esperaria menos do compositor alemão que salva muitos filmes com suas composições fantásticas, que me fizeram arrepiar.  
 Christopher Nolan fez com que a conclusão da franquia fosse épica. A fotografia escura, dando ênfase para tons frios, fez com que Gotham City fosse bem representada e que o dinheiro que eu havia pagado no meu ingresso valesse à pena, pois pegou o âmago da história em cada quadro. As atuações brilhantes não fizeram que eu perdesse um segundo da trama, apesar de não ter gostado da performance de Hathaway como a suposta mulher gato.  A conclusão épica para uma trilogia fantástica, o filme superou todas minhas expectativas, e a da garotinha que sempre sonhou viver no mundo da ficção.


Uma pequena dose de magia

17/01/2013 Nenhum comentário



Inspiração. É aquilo que te motiva a seguir em frente. Não. Inspiração é impulsionamento do ser..Eca..Não.
Bem, para falar a verdade inspiração é uma pequena dose de magia, que faz o ser humano a criar grandes feitos. Procuro diariamente minha dose de magia, mas nem sempre é tão fácil assim. Nem sempre há alguma coisa que te faça ter uma grande ideia. Ou algo que apenas nos permita ficar mais leve por alguns segundos, apenas saboreando a leveza de algum sentimento novo ou de alguma conclusão nova dentro de nós.

Eu simplesmente amo me sentir inspirada. Meu coração acelera, minhas mãos começam a coçar, meus olhos se enchem d’água,pela emoção do sentimento, e a vontade de sair correndo e gritando ‘Eureca! Eureca!’ me assola.
Quando me sinto assim, tenho que ser muito rápida. Mais rápida que a velocidade do som ou da luz no vácuo, porque eu sei que se eu der bobeira esse sentimento escorre como areia pelas minhas mãos. E assim corro e pego qualquer coisa que estiver a mão, um caderno, meu notebook, guardanapo, meu celular, até mesmo papel-higiênico. Qualquer coisa que eu possa escrever palavras confusas e desconexas para qualquer outra pessoa, menos pra mim. Quem as primeiras linhas de um belo desenho.


Eu apenas sei que eu tenho que extravasar esse fragmento de poder que há dentro de mim, criar algo, ou apenas dizer.  Esse sentimento vem poucas vezes, e é raro você ver uma pessoa realmente inspirada. Mas quando a inspiração te preenche e você entra naquele transe ou inquietação, você tem por alguns minutos a oportunidade de fazer algo inesquecível. Talvez não para o mundo. Apenas pra você. E assim me lembro de Clarice Lispector que uma vez disse: "Nesse momento minha inspiração dói em todo o meu corpo. Mais um instante e ela precisará ser mais do que uma inspiração. E em vez dessa felicidade asfixiante, como um excesso de ar, sentirei nítida a impotência de ter mais do que uma inspiração, de ultrapassá-la, de possuir a própria coisa - e ser realmente uma estrela. Aonde leva a loucura, a loucura''.

A vivacidade da morte

02/01/2013 Nenhum comentário


 Aparentemente tudo continua o mesmo. Vivo na mesma cidade, com os mesmos amigos, com a mesma rotina.
 Continuo vendo documentários do Discovery Channel e History que tantas vezes já comentei em nossas conversas que desenrolavam em soluções filosóficas e dramáticas.
 Continuo indo ao cinema as sextas-feiras, passando pelo mesmo trajeto, comprando doces no supermercado, e sentando na mesma fileira e olho casais e amigos conversando, trocando olhas cúmplices e risadas altas. E lembrando que já fui um deles.
 Eu ainda mecho muito no cabelo, porque ele me incomoda, mas não há ninguém que segure a minha mão e diga;  ''Fica quieta!''.
 Minha mente permanece criando teorias e mais teorias sobre a vida, o comportamento humano e o meio ambiente, mas não há ninguém para partilhá-las.Entro nas redes sociais no mesmo horário e escuto as mesmas músicas, mas não há nada que me motive a permanecer lá e dar uma continuidade nas conversas banais.
Tento manter o mesmo senso de humor que me caracteriza, com comentários estranhos, desenterrando vocabulários esquecidos, além da boa dose de sarcasmo. Mas aparentemente as minhas piadas não tem tanta graça, a risada ecoada pelo receptor da mensagem não me alegra o quanto me alegrava ao ouvir gargalhada rouca e ver a cabeça pendendo ligeiramente para trás pela incredulidade e diversão da minha fala.

 Tudo continua o mesmo. Meu rosto permanece rechonchudo intacto pela juventude que ainda me pertence. Minhas mãos ainda são calejadas e minhas unha duras quadradas. Meu corpo magro continua com tudo nos ''Trinks'' como a minha mãe fala. Mas quando me olho no espelho encaro uma desconhecida. 
 Os lábios avermelhados não pendem mais para os lados em um meio sorriso, mostrando a lasca do dente que quebrou quando era criança. Os olhos  castanhos que continham ali um brilho e vivacidade, estão vazios como o de uma senhora idosa desesperançosa na vida enquanto aguarda o seu fim. A  pele morena parece mais pálida e sem cor. Os cabelos negros sem vida. O corpo magro, magro até de mais.
 E por mais que eu procure voltar o que era antes. Continuo sendo um fantasma do meu antigo eu.Virei um fantasma na minha própria vida, assombrando as pessoas a minha volta. Sou reconhecível para todos menos para mim mesma. Rondo os lugares que vivi, atormento as pessoas que amei, mas não consigo encontrar aquele que me tornou assim, ele perdoou a si mesmo pelo que me tornou. Por que ele assim como eu já deixou de existir.
 
Desenvolvido por Michelly Melo.