A minha invisível e sonhada vida artística

  Desde quando eu era pequena sempre sonhei em ter uma profissão artística.Variava, muitas vezes, entre atuar, cantar, escrever ou tudo junto. Porém, muitas vezes, após ver  filmes da sessão da tarde, desenhos, até mesmo novelas mexicanas do SBT, eu ficava repetindo as falas, reincorporando gestos e expressões faciais que acabara de ver no meu cotidiano. Então, é por isso que meu maior sonho sempre foi e sempre será a atuação, além do clichê de desejar reconhecimento por esse trabalho, porém hoje, essa é a minha maior desilusão.

  Vivo em um país que quando falam alguém se intitula artista, imediatamente perguntam se ela realmente tem um trabalho. Como se fazer arte fosse menos digno de respeito ou prestígio, porém, todo mundo adora ver novela da Globo e assistir um filme Hollywoodiano como se tudo fosse feito por geração espontânea.

  Além disso, o que mais machuca é ver a opinião alheia sobre artistas. Darei o exemplo do meu pai. Quando eu era criança, implorei, centenas de vezes, para meu pai me colocar em aulas de teatro, ele sempre negou, com o discurso " Não, filha, não. Todo ator/atriz é maconheiro, vagabundo e preguiçoso e eu não quero você perto desse tipo de gente.Além disso se você fosse atriz ia morrer de fome". Belíssimos adjetivos para designar Michael Cane, Susan Saradon, George Clooney, Sophia Loren, Mogan Freeman, Meryl Streep e Leonardo DiCaprio, seus atores e atrizes favoritos. 

 A arte de atuar é difícil. Você tem dar a vida a um personagem fictício ou retratar com perfeição uma pessoa, ou época, caso seja inspirado em fatos reais. Atuar é fazer um sotaque, gestos e sentimentos pareçam legítimos, como se fossem partes de uma pessoa real, que você possa conhecer numa reunião de amigos ou no ônibus.  Além disso, atuar é seguir direções, preparação, memorização, muito trabalho duro e um tanto de talento. 

Você sabia que certos filmes demoram mais de três meses para serem filmados?

Isso mesmo, três meses, em que uma equipe de filmagem, um elenco estão focados na construção de um longa. Isso tirando o tempo de edição. Esse é um tempo razoável, mas para você ter uma noção, a produção, Wolverine-Imortal demorou quase dois anos de preparação e filmagem, cito esse filme para não ter que falar Boyhood. Como alguém pode sequer achar que um trabalho desses é enrolação?Ou absurdamente fácil? Isso não entra na minha cabeça. 

Posso dizer várias abobrinhas sobre o mundo do cinema, atuação e derivados. Não sou uma expert em nada. Só tenho uma admiração imensa pelo mundo artístico e tenho o anseio feroz de integrá-lo em breve. Contudo, na minha atual conjuntura virar uma atriz é uma realidade distante (não fiz nenhum curso de teatro na vida, minha cidade é um buraco para os que desejam seguir o caminho artístico, não tenho nenhum apoio emocional, nem mesmo dinheiro) e quando vejo minha vida tomando um curso, o qual não é o desejado, sinto no meu âmago que eu estou fazendo a coisa errada. Porém, agora estabeleci planos para que independente dos cursos minha vida tome, a cada esquina esbarre no meu sonho. Afinal, como diz o Peter Pan "Sonhos se tornam realidade, se você desejar o bastante. Você pode ter qualquer coisa na vida se você sacrificaria tudo por ela."

O fim da anonimidade

Eu sempre adorei a ideia de ter um blog anonimo, principalmente pela sensação de liberdade ao escrever. Não ter a preocupação com gramática, coesão, coerência, conteúdo e até mesmo algum se algum cara vai ler um post que fiz sobre ele, em meus momentos Taylor Swift.

Por muitos anos escrevi assim, tive diversos pseudônimos, diversos blogs, mas nada que me desse motivação para continuar. Me mantive em um círculo vicioso;  criar um blog,escrever, enjoar, abandonar, criar um novo etc. Mas, recentemente percebi o quão solitário é escrever para si, sabendo que você é sua própria e única leitora. Sem críticas, elogios ou qualquer crescimento pessoal da minha própria escrita.

Por isso, minha meta para 2015 é maturar esse blog. Investir meu tempo e dedicação para torná-lo em um entretenimento de qualidade para várias pessoas, entretanto, sem a perda do propósito inicial de ser um blog pessoal, com a minha constate e exacerbada evasão de sentimentos. Além disso está na hora de criar coragem e assumir minhas responsabilidade sobre o conteúdo que posto e quem sou. Afinal, como diz meu pai,  " Esta com medo de cagar, não come".